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Escolhas Consistentes

  • Foto do escritor: Susan Duarte
    Susan Duarte
  • 15 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 28 de mar. de 2023

O pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém (1:1), no Livro de Eclesiastes, declarou lá por volta de 250 a.C, o seguinte:

Há tempo para todas as coisas debaixo do céu.

Bem, não me leve a mal, filho de David, mas eu acho que não. Tenho evidências contemporâneas várias para corroborar minha discordância.


Escolher é uma arte, das mais sensíveis, aliás. Ao escolher pela alternativa A obrigatoriamente estou excluindo a B. Para cada escolha, renúncias várias são necessárias - eis a geometria nada linear da vida real.

É preciso escolher. Não há tempo pra tudo. Aprenda a arte de abrir mão, a fim de se dedicar àquilo que é essencial. Rubem Alves.

Mal terminada a escolha, outro infinitivo vem a caminho...


Manter é uma arte, das mais complexas, aliás. Justamente porque manter uma escolha perene no tempo contraria nossa natureza imperfeita e demasiada humana de ser inconstante.


Dia desses, na missa, um aniversário de casamento de 3 décadas foi ovacionado, celebrado efusivamente, em meio a expressões estupefatas de incredulidade. Pasma fiquei eu, ao perceber que a consistência virou milagre.

O sucesso não vem do que você faz ocasionalmente. Vem do que você faz de forma consistente. Marie Forleo.

Para manter uma escolha é preciso consistência, no sentido de sustentar a regularidade na realização de algo, bem como a perseverança durante o processo.

Lua crescente. Montague Dawson, 1920.
Lua Crescente. Montague Dawson, 1920.

Perseverar é uma arte, das mais raras, aliás. Há alguns abençoados que já nascem com esse músculo forte, firme, fibroso, implacável. Se você for tão humano quanto eu, provavelmente terá que desenvolver, na marra, a garra de perseverar, de permanecer, no matter what, sem puxar o pino e dar à louca quando o mar fica revolto e o caldo entorna. Mar calmo nunca fez bom marinheiro, vale enfatizar.


Fato é: não dá pra abraçar o mundo com as pernas. Acredite, eu já (em vão) tentei, por muito tempo, inútil tempo, teimosa fui, e não consegui. Cansada de remar, abandonei essa burrice geométrica, matematicamente fracassada, fechei as pernas, larguei o mundo, e fui fazer o que realmente importava - não pro mundo, mas pra mim.

Navegar é preciso, viver não é preciso.

Eu gosto mesmo é de navegar e de viver sob a luz de uma Lua Crescente, navegando, vivendo, enquanto amplio a Consciência, a Percepção, a Vida, em círculos crescentes, em raios consistentes, ainda que milimétricos, mas crescentes.


Escolho minhas consistências provida de consciência. Definidas as (poucas) consistências, para mantê-las, faço escolhas consistentes e diárias. Alinhar o zoom out ao zoom in, colocar o macro dentro do micro, as metas maiores quebradas em passos menores, é um bom jeito de não perder o rumo nem jogar a bússola ao mar.


O essencial de Rubem, o advérbio de consistência da Marie, o erro de Eclesiastes, a precisão de navegar e a imprecisão de viver do poeta, são pequenas luzes na estrada. Só não vale ficar sentado à beira do caminho, enquanto escolhe viver a imprecisão de navegar uma vida distante da lua crescente. É muito mais divertido viver sabendo pra onde se vai.

Porque tudo é impreciso.

Somente o Destino, inscrito na alma, esse sim, é preciso.


Até sempre,

Susan Duarte

Ceo & Founder Zeitgeist iD | A sua marca no espírito da época.

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REFERÊNCIAS

  1. Obra Lua Crescente, Montague Dawson.

  2. Evangelho, o Livro de Eclesiastes.

  3. Fernando Pessoa, Navegar é preciso.

  4. Livro Garra: O poder da Paixão e da Perseverança. Angela Duckworth.


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