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O 'quem' ainda importa

  • Foto do escritor: Susan Duarte
    Susan Duarte
  • 2 de jun. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de jun. de 2022

Me and I and Myself.

Eis o coro de nossa época.

Eu que me aguente com os comigos de mim. Fernando Pessoa.

Em tempos de imperativo do eu, selfies e mais selfies, praticamente a normalização do narcisismo, parece-me que de tanto conjugarmos a primeira pessoa do singular (eu), quase esquecemos de um certo pronome relativo, cuja relatividade é mera classificação linguística, já que sua importância é tão verídica quanto a própria Verdade: o pronome que se refere ao outro, o QUEM, sujeito tão importante quanto 'eu'.


O quê, o como, o quanto, o onde, o quando, o porquê, os comigos de mim, são legítimas preocupações. 'Eu' também sou importante. Mas 'o quem' é sempre mais importante.


A mesma experiência vivida apenas comigo ou com quem, tornam-se duas experiências completamente distintas. Viajei para lugares fantásticos sozinha. Voltei a alguns desses lugares com outro quem além de mim. E adivinhe só? Foi incrível!

As trincheiras da vida.
As trincheiras da vida.

Não é de se admirar que a próxima pandemia que se avizinha em nosso horizonte seja um vírus que atinge a alma... As estatísticas científicas já apontam: a solidão.


Nosso espírito da época, num grande coro ao me&I&myself, ilude-nos com números e notificações: seguidores, comentários e likes, num ritmo de distração sem fim. Só não tropece na inocência de confundir conexão online com vínculos reais. Tal discriminação é fundamental para se prevenir do vírus da alma.


Ernest Hemingway foi pra guerra, de verdade, ainda que, ao cometer suicídio, tenha perdido a última batalha da vida para si mesmo. Isso, contudo, não retira o brilhantismo de sua obra.

Ele lutou nas trincheiras da Primeira Grande Guerra, transmitindo os horrores da realidade para as páginas da literatura de ficção - em seu livro Adeus às armas.

Nós.
A melhor pessoa no verbo da vida: nós.

Quem estará nas trincheiras ao teu lado?

– E isso importa?


– Mais do que a própria guerra.

E. H.

Cuide de seus 'quems'.


Caso não os tenha, procure-os.


Escolha conjugar a vida na primeira pessoa do plural - nós.




Nenhuma trincheira na vida vale a pena se eu estiver somente comigo.

Podemos até perder alguma batalha; mas se houver um 'quem' ao nosso lado, seremos para todo sempre vitoriosos.


Até sempre,

Susan Duarte

Ceo & Founder Zeitgeist iD | A sua marca no espírito da época.

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POOL DE REFERÊNCIAS

  1. Adeus às armas. Ernest Hemingway https://amzn.to/3tcy3tg

  2. Frase de Fernando Pessoa.





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