Tomé
- Susan Duarte

- 9 de set. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de set. de 2023
Tomé rima com fé. Ao olhar para o apóstolo Tomé, aprendi, a partir de seu contraste, a tomar a fé, a cultivá-la, a crer.
São Tomé, diante do milagre da ressureição, pediu a Jesus para ver seus pulsos, de modo a conferir as chagas sofridas pelo Cristo em Sua crucificação.
E no fim, Tomé nada viu, porque quis ver para crer.

Caravaggio retratou o ato incrédulo de Tomé, conferindo se Jesus realmente era quem dizia e devia ser. Isso diz muito sobre nossas faltas de fé e de amor. E aproveito para confessar as minhas.
Eu fui a Santomé do meu sonho.
De um, em particular, e de vários outros, inclusive. O ceticismo é uma covardia disfarçada de racionalidade, embasada em dados que somente justificam o comodismo.
Há muitos ganhos secundários e terciários no ato de duvidar, de não acreditar em nada nem em ninguém. O mais desconfiado da paróquia, da turma, do bar, da roda, costuma se sentir superior, mais esperto que todos ao seu redor.
Contudo, o ganho primário da autorrealização genuína não é patamar acessível a quem se aprisiona na ideia do impossível, e só afunda nas areias movediças do niilismo.

Ouvi de uma amiga dia desses.
- Eu tenho o sonho de me casar e construir uma família. Mas não acredito no amor. Tudo acaba em pizza e/ou divórcio.
Na infância, ela passou pela dolorida separação dos pais. Mas uma experiência ruim não devia ser parâmetro para desistência. Nem sempre eu descarto todo o saco de batatas porque apenas uma estragou.
Não seja @ Santomé do seu sonho rezando o terço todos os dias.
Primeiro é crer. Acreditar cria a realidade vibracional, a manifestação em forma psíquica. Não é porque não se vê (ainda) que a semente plantada não está germinando. Investidos tempo, ação correta, crença e coração, é criada a realidade física. É, então, a hora de ver.
Crer para ver. Não queira inverter a estrutura da vida.
É por isso que Ele disse para termos fé como um grão de mostarda. Porque o coração humano, de tão vacilante que é, não alcança uma fé do diâmetro de um grão. A força da fé instalada num coração que acredita é tamanha que somente um grão basta.

A incredulidade de Tomé nos aprisiona na fraqueza de um coração vacilante. A generosidade crística, ao nos pedir apenas uma fé equivalente a um grão, é a magia que transforma a fraqueza em fortaleza, um coração, antes vacilante, agora em outro, novo e valente. A gente só coloca o pé, e Ele abre o mar.
Para ter um coração de leão, basta ter a fé do tamanho de um grão.
Bote fé. No Brasil, em documentos declaratórios, é comum dizer ao final: "o referido é verdade e dou fé". Porque a fé está para além, inclusive, da verdade. A fé sacramenta a verdade.
Tomé nada viu, afogou-se em ceticismo. Eu, conscientemente, escolho cultivar a fé, pois desejo, mais que tudo, e sobretudo, ver.
Até sempre,
Susan
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