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Azul de brigadeiro

  • Foto do escritor: Susan Duarte
    Susan Duarte
  • 4 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 10 de fev.

Olhei para o céu hoje.

Céu de brigadeiro, céu azul anil, azul da cor do mar, azul límpido quintanares.

Azul.

Da onde eu o via, naquele instante, ele estava azul, mas tão azul, um azul tão límpido que acordou a minha memória, recordando-me de Quintana.

Azul do Céu. Kandinsky, 1940.
Azul do Céu. Kandinsky, 1940.
Aspas
Abre e fecha - aspas.


"Naquele dia, fazia um azul tão límpido, meu Deus, que eu me sentia perdoado para sempre.

Nem sei de quê."


Mário Quintana, poeta gaúcho.




O assombro do poeta com o azul do céu despertou o perdão na sua alma.


A caligrafia divina está inscrita na Grande Obra, nas enormidades e nos ínfimos detalhes.


Está na pequena gota de orvalho que se forma na aurora do amanhecer. Na imensidão de um céu azul e límpido iluminado pelo sol do meio-dia. No etéreo tom de alaranjado com gosto de reencontro que mora no abraço entre Gaia e Urano ao entardecer.

Está em tudo. No Todo de Tudo. Está em você. Está em mim.

Basta ter olhos para ver. E um coração disponível (para) e disposto (a) sentir.


Feito o poeta, hoje, ao sentir a mão, o delicado traço da caligrafia divina em mim, no céu azul, no orvalho e no entardecer, eu também me declaro perdoada. Para sempre. Nem sei de quê.


Mas se fosse dar um palpite, eu diria: estou redimida da cegueira de meus olhos, outrora nublados, que por muito tempo não me deixaram ver, tampouco sentir, o céu azul.


Um azul todo feito de céu e de perdão.


Até sempre,

Susan Duarte

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