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A resistência

Susan Duarte
6 de set. de 2022
2 min de leitura

Atualizado: 16 de jan.

Certa vez ouvi que devia ser gentil, ao menos tentar, afinal, nunca se sabe a batalha que alguém está enfrentando. Pra ser sincera, não sei quem disse isso e, no momento, devido às batalhas que tenho lidado, abstenho-me do preciosismo de procurar a sua fonte.

Cada um de nós trava suas batalhas. Há aquelas inglórias, cuja vitória costuma residir no ato de abandoná-las, conscientes de que aceitar a perda, muitas vezes, é a melhor estratégia para mitiga-la.

Há outras, no entanto, que valem a pena. A batalha cuja glória está em jogar o jogo, jogando solto, jogando feliz, e não somente na obsessão de vencê-lo, é a minha favorita. É aquela pela qual me transformo na Insone de Seattle, bem Meg Ryan, e acredite ou não, com alegria.

Há batalhas próprias, pessoais e intransferíveis. Na citação de hoje, porém, quero apontar para uma batalha genérica. Seu pré-requisito é simples: basta nascer sendo humano e, voilà, a batalha já é sua.

"Há um segundo eu dentro de você - um Eu interior, sombrio. Ele não liga pra você. Não o ama. Vai matá-lo, pois tem o seu próprio projeto. É como um câncer. Vai matá-lo para poder levar adiante seu projeto, que é impedi-lo de realizar seu Eu, de tornar-se o que realmente é. Esse eu sombrio é conhecido, no léxico cabalístico, como yetzer hara. O yetzer hara, Steve, é o que você chama de Resistência." (1), p.155.

Sabe o Sun Tzu? Pois então, este livro do Steven é a arte da guerra para a alma. A arma que faltava para vencermos a batalha diária&inglória da Resistência, o conflito ordinário do ser (Self) ou não ser (Falso eu), eis a questão.

E que questão, Hamlet! Nessa obra, Steven Pressfield responde a dúvida shakesperiana (e humana) mais perversa de todos os tempos.